O índice mede o nível de percepção de corrupção no setor público. Para isso, ele considera diferentes pesquisas no setor privado e também a opinião de consultores. Foram avaliados 180 países. Dinamarca, Suécia e Nova Zelândia lideram o ranking. Já a Somália, Mianmar, Iraque e Haiti registraram os piores índices.
Comentando resultados relativos aos países das Américas, a ONG disse que percebeu uma “tendência infeliz para a região nos últimos anos”. “Os esforços anticorrupção parecem ter estancado, o que é particularmente perturbador à luz dos programas de reformas de muitos governos”.
Segundo a ONG, estagnação do Brasil na lista é ilustrativa: 22 dos 32 países da região incluídos no levantamento ficaram abaixo dos 5 pontos, o que indica problemas sérios de corrupção. Destes, 11 sequer passaram dos 3 pontos, marco indicativo de corrupção desenfreada.
Os indicadores usados na pesquisa mostram que a América Latina tem o pior nível de confiança no sistema Judiciário: quase três em cada quatro latino-americanos entrevistados em dez países declararam acreditar que existe corrupção nessa esfera de poder. Alem disso, 54% dos entrevistados em uma pesquisa no ano passado disseram esperar que a corrupção aumente nos próximos três anos –a proporção era de 43% há quatro anos.
O desafio de controlar a corrupção requer instituições sociais e governamentais que funcionem, indica a Transparência. Países pobres são frequentemente assombrados pela corrupção no poder Judiciário e pela ineficiência do controle pelo Legislativo. Países ricos, por sua vez, demonstram sinais de regulamentações insuficientes no setor privado, para coibir o pagamento de propina em países estrangeiros e supervisão insuficiente das transações e instituições financeiras.
O professor Johann Graf Lambsdorff, da Universidade de Passau, que elabora o Índice para a TI, diz que há evidências de que melhorar um ponto no índice de percepção da corrupção aumenta as receitas de um país em até 4%. A afluência de capital, por sua vez, subiria em até 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Nos países mais pobres, os níveis de corrupção podem ser a diferença entre a vida e a morte quando está em jogo o dinheiro que vai para hospitais ou para água potável”, disse a presidente da TI, Huguette Labelle. “A corrupção requer alta supervisão através de parlamentos, revisão das leis, mídia independente e uma sociedade vibrante”, defendeu Labelle. “Quando essas instituições são fracas, a corrupção eleva-se a um nível fora de controle com conseqüências terríveis para as pessoas comuns, para a justiça e para sociedades igualitárias mais amplas”.
cofira lista da TI:
1 Dinamarca 9,3
1 Nova Zelândia 9,3
1 Suécia 9,3
80 Brasil 3,5
confira a lista completa no:
http://vejaonline.abril.com.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=1&textCode=149491&date=currentDate