Miriam Hermes, da Sucursal Barreiras
Cerca de dois mil estudantes de quatro campi da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) no interior do estado estão com as aulas paralisadas desde a última segunda-feira quando estudantes de Bom Jesus da Lapa, Caetité, Guanambi e Valença ocuparam as respectivas dependências com um movimento que pretende encontrar soluções para a falta de professores, o parco acervo bibliográfico e problemas de infra-estrutura.
Na manhã desta quarta, representantes dos acadêmicos se reuniram em Caetité onde alinharam os objetivos do movimento denominado Alto Sertão, que, segundo o estudante do 4º semestre de Ciências Biológicas, Jacson Ministro, 22 anos, “só vai liberar os campi ocupados, depois que conseguirmos ser recebidos em audiência com o governador, o secretário estadual de educação, o Ministério Público e o reitor da Uneb”.
De acordo com a estudante Maiara Fernandes, 21 anos, do 4º semestre de Pedagogia, no Campus de Bom Jesus da Lapa “a questão mais crítica está com o curso de Administração, que neste semestre está apenas com dois professores efetivos e algumas turmas podem perder o semestre por isso”, disse preocupada.
Para o acadêmico do 6º semestre de Biologia, Aurélio Barbosa, 21 anos, o movimento só foi deflagrado “porque chegamos em um limite e não podemos mais esperar”. Ele destacou que as reivindicações são antigas “mas as soluções estão demorando muito para acontecer, o que está comprometendo a nossa aprendizagem”. Além da falta de professores e de livros para pesquisa, ele enfatizou que em Caetité “pela quantidade de alunos, nós precisamos de oito laboratórios, mas só temos um”.
O reitor da Uneb, Lourisvaldo Valentim, reconheceu que os problemas existem e afirmou estar trabalhando para agendar a audiência solicitada pelos estudantes até a próxima semana. Ele disse que há três anos existe um projeto na secretaria de educação para a ampliação no número de professores e que, após análise da secretaria de administração, “a expectativa é que entre cinco a dez dias o projeto seja encaminhado à Assembléia Legislativa para apreciação e aprovação”.
Para suprir a necessidade imediata, a reitoria solicitou, segundo Valentim, a contratação emergencial de 200 professores pelo sistema Reda. Sobre o acervo bibliográfico o reitor informou que a universidade está recebendo do orçamento do estado este ano o valor de R$$ 1.400.000 para atualizar as bibliotecas. Já sobre o espaço físico e laboratórios ele ressaltou que em algumas unidades alguns laboratórios estão em construção, mas reconhece que ainda há deficiência neste sentido “que estamos tentando resolver”.
fonte:atarde