quinta-feira, 26 de março de 2009

Estudantes ocupam quatro campi da Uneb

Miriam Hermes, da Sucursal Barreiras

Cerca de dois mil estudantes de quatro campi da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) no interior do estado estão com as aulas paralisadas desde a última segunda-feira quando estudantes de Bom Jesus da Lapa, Caetité, Guanambi e Valença ocuparam as respectivas dependências com um movimento que pretende encontrar soluções para a falta de professores, o parco acervo bibliográfico e problemas de infra-estrutura.

Na manhã desta quarta, representantes dos acadêmicos se reuniram em Caetité onde alinharam os objetivos do movimento denominado Alto Sertão, que, segundo o estudante do 4º semestre de Ciências Biológicas, Jacson Ministro, 22 anos, “só vai liberar os campi ocupados, depois que conseguirmos ser recebidos em audiência com o governador, o secretário estadual de educação, o Ministério Público e o reitor da Uneb”.

De acordo com a estudante Maiara Fernandes, 21 anos, do 4º semestre de Pedagogia, no Campus de Bom Jesus da Lapa “a questão mais crítica está com o curso de Administração, que neste semestre está apenas com dois professores efetivos e algumas turmas podem perder o semestre por isso”, disse preocupada.

Para o acadêmico do 6º semestre de Biologia, Aurélio Barbosa, 21 anos, o movimento só foi deflagrado “porque chegamos em um limite e não podemos mais esperar”. Ele destacou que as reivindicações são antigas “mas as soluções estão demorando muito para acontecer, o que está comprometendo a nossa aprendizagem”. Além da falta de professores e de livros para pesquisa, ele enfatizou que em Caetité “pela quantidade de alunos, nós precisamos de oito laboratórios, mas só temos um”.

O reitor da Uneb, Lourisvaldo Valentim, reconheceu que os problemas existem e afirmou estar trabalhando para agendar a audiência solicitada pelos estudantes até a próxima semana. Ele disse que há três anos existe um projeto na secretaria de educação para a ampliação no número de professores e que, após análise da secretaria de administração, “a expectativa é que entre cinco a dez dias o projeto seja encaminhado à Assembléia Legislativa para apreciação e aprovação”.

Para suprir a necessidade imediata, a reitoria solicitou, segundo Valentim, a contratação emergencial de 200 professores pelo sistema Reda. Sobre o acervo bibliográfico o reitor informou que a universidade está recebendo do orçamento do estado este ano o valor de R$$ 1.400.000 para atualizar as bibliotecas. Já sobre o espaço físico e laboratórios ele ressaltou que em algumas unidades alguns laboratórios estão em construção, mas reconhece que ainda há deficiência neste sentido “que estamos tentando resolver”.


fonte:atarde