segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Caetité - INB nega contaminação

O diretor de Recursos Minerais da INB, Otto Bittencourt Netto, negou que haja contaminação por urânio da água potável da cidade de Caetité (BA), onde a empresa extrai o minério há dez anos. A companhia alega realizar testes na água da região a cada dois meses e que os resultados são submetidos à analises do Ibama e da Cnen. O Greenpeace havia acusado a empresa de contaminar a água de Caetité por causa da exploração da mina de urânio na cidade.“Não há contaminação na água de Caetité por nosso trabalho. A região é uma província de urânio, de cerca de 700 milhões de anos, que pode contaminar a água naturalmente. Nós já encontramos vários poços com traços de urânio e tivemos que fechá-los. Esses poços já estavam contaminados naturalmente e não por causa da exploração da INB”, explicou.Além disso, o diretor afirma que o processo de retirada do urânio da mina é seguro e que não há nenhum caso de doença por causa do minério nos trabalhadores da região. Recentemente, a INB encomedou um estudo de comparação ao Instituto Oswaldo Cruz para analisar a quantidade de ocorrências de câncer na área e nas cidades próximas. “Mais de 300 pessoas trabalham na mina e não há registro de problemas por contaminação”, destacou.

Caetité - Medo invade a Vila Juazeiro


A notícia de que a água distribuída na Vila de Juazeiro, zona rural de Maniaçu, município que fica a 50 km de Caetité e a 757 km de Salvador, estaria contaminada com urânio levou medo à região, abastecida por um poço artesiano onde uma das coletas foi feita. Temendo contrair câncer e outras doenças associadas ao contato com o minério, extraído na província uranífera Lagoa Real/Caetité pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), parte dos 300 moradores da Vila Juazeiro começa a abandonar suas casas e procurar novas moradias. Outros que permanecem aumentam o consumo de água mineral, produto que começa a ficar escasso nos distribuidores – a grande maioria continua utilizando a água distribuída nas torneiras ou no chafariz. O medo é sentimento coletivo em jovens e adultos. Eles reclamam da falta de transparência das autoridades e protestam contra o que consideram omissão da INB, estatal que administra as jazidas de urânio, material radioativo transformado em combustível das duas usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ).“Não recebemos até agora nenhuma assistência, sequer um carro-pipa para abastecer os tanques. A gente, se quiser água mais ou menos boa, tem que buscar a 18 quilômetros daqui”, disse o lavrador Joaquim Moura Sousa, conduzindo um carro de bois pelo estradão.POSTO FECHADO – Em Maniaçu, distrito vizinho ao local da coleta, o único posto de saúde, que agrega o Programa Saúde da Família (PSF) esteve fechado nesta sexta-feira, 17. Uma equipe da Vigilância Sanitária esteve na localidade pela manhã, mas a atividade desenvolvida consistiu apenas na inspeção da única farmácia.A equipe de A TARDE esteve na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Caetité, mas não localizou o secretário, Cláudio Ladeia. Os funcionários não informaram sobre seu paradeiro.Já na sede do Ministério Público Estadual (MPE), a equipe foi informada que o promotor Jailson Trindade, titular da 2ª Promotoria, estava em reunião com os demais promotores da região em Guanambi