terça-feira, 5 de maio de 2009

Bahia imune mas alerta contra gripe tipo A

Apesar de nenhum caso de gripe tipo A (ex-suína) ter sido confirmado no Brasil, as autoridades continuam de sobreaviso contra qualquer suspeita de contágio. De acordo com o médico sanitarista da Vigilância Epidemiológica baiana, Juarez Dias – que vem trabalhando junto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – dos cinco pacientes suspeitos de contaminação no Estado, três já foram liberados e dois esperam o resultado de testes para receberem alta. No final da manhã de ontem, a garota de apenas três anos de idade que esteve no México e estava internada no Hospital Aliança com sintomas da doença voltou para casa, mas ainda aguarda o resultado de exames para poder retomar as atividades normais.

"Os médicos avaliaram que ela, apesar de ainda estar febril, poderia receber uma alta domiciliar monitorada, para poder aguardar o resultado dos testes em casa. A mãe dela se comprometeu a não levá-la a locais públicos até a liberação", explica Dias. Outra mulher que chegou de Nova York com sintomas de gripe e estava internada no Hospital Aliança também já foi liberada. Infelizmente, representantes da casa de saúde informaram que o hospital não possui setor de comunicação, o que impossibilitou a obtenção de dados mais precisos sobre as liberações.

Outro paciente que vinha sendo monitorado na Bahia: um militar canadense que reside em Brasília, já recebeu alta e voltou para casa no D. F. Um rapaz de prenome Alexandre continua sob observação no Hospital Otávio Mangabeira, enquanto uma pessoa que estava internada no Hospital Cárdio-Pulmonar também já teve alta. "Além da garota, estamos esperando o resultado de exames de mais um paciente para tranquilizarmos ainda mais a população", conta Dias. O último paciente era um brasileiro que reside na cidade de Boston, nos EUA, para onde já retornou.

Antônio Luís, representante da Anvisa, disse que a agência vem concentrando seus esforços nos portos e aeroportos brasileiros para barrar a entrada da doença no país. Todos os voos internacionais que chegam à capital baiana estão sendo inspecionados. "O trabalho de fiscalização vai desde as condições de higiene da aeronave até um questionário feito pelos fiscais aos tripulantes sobre as condições de saúde dos passageiros", explica Luís. Aroldo Lívio, chefe de fiscalização da Anvisa no Aeroporto, acrescentou que panfletos sobre a doença estão espalhados por toda a área de embarque para esclarecer quem está deixando a cidade em direção a outros países.

A Companhia de Docas do Estado da Bahia (Codeba) solicitou a presença de agentes da Anvisa 24 horas por dia nos portos baianos. Atualmente, os servidores ficam nos terminais das 7 h às 19 h. Segundo o sanitarista Juarez Dias, da Vigilância Epidemiológica, apesar dos agentes deixarem seus postos às 19 h, existe uma equipe de plantão telefônico, caso algo superveniente ocorra durante a noite. "A população pode ficar tranquila que a Anvisa está de prontidão para qualquer mudança súbita no quadro geral da doença na Bahia", finalizou Dias.

jjshow

MEC propõe reforma do ensino médio público para 2010

Brasília - Um projeto apresentado ao Conselho Nacional de Educação (CNE) pretende mudar a organização curricular do ensino médio público do país. O documento base, desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC), foi discutido hoje pela primeira vez pelos membros do conselho.

Uma das propostas é que os alunos tenham no mínimo 20% de disciplinas optativas dentro do currículo. O projeto, que está sendo chamado de "ensino médio inovador", pode começar a funcionar já em 2010. A mudança vale só para o ensino público.

Desde o ano passado, o ministério discute em grupos de trabalho a reforma do ensino médio, etapa considerada como a mais frágil de todo o sistema. Pesquisas apontam que o atual modelo é desinteressante para os jovens, o que aumenta a evasão e diminui o tempo do brasileiro nos bancos escolares.

Como o ensino médio é responsabilidade das redes estaduais de ensino, a intenção do MEC é incentivar as secretarias a promoverem mudanças no currículo e na organização dessa etapa, a partir de apoio técnico e financeiro. Segundo o ministério, a verba deverá ser destinada prioritariamente às 100 escolas com as piores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Antes, a proposta precisa ser aprovada pelo CNE.

"O MEC tem o papel indutor, mas não de definição do currículo. Os estados já estão tentando fazer isso porque o currículo do ensino médio não pode ser endurecido, o ministério agora está dando os instrumentos para essa mudança", explicou o coordenador-geral do ensino médio, Carlos Artexes.

A partir das orientações que vão constar nesse projeto, cada rede de ensino vai definir o seu modelo de currículo e organização das escolas. Além da possibilidade de o aluno escolher as disciplinas complementares às básicas, está previsto que o atual modelo da grade curricular, dividido em 12 disciplinas tradicionais, seja dividido em eixos mais amplos como linguagens e ciências humanas. Outra mudança é o aumento da carga horária de 2,4 mil para 3 mil horas/ano e a inclusão de atividades práticas para complementar o aprendizado.

"A escola deixa de ser um auditório da informação e passa a ser um laboratório de aprendizagem", compara o conselheiro Francisco Aparecido Cordão, relator do projeto no CNE. Para ele, o atual modelo curricular aprisiona as escolas. O projeto do MEC sugere ainda que programas de incentivo à leitura estejam previstos na nova organização pedagógica. Outra orientação é valorizar as atividades artísticas e culturais dentro do currículo.

A presidente do CNE, Clélia Brandão, afirma que é preciso mudar o atual modelo da escola para que ela atenda à essa geração. "De acordo com a Constituição, o ensino médio tem que ser universalizado, mas os jovens ou não vão para escola ou a abandonam porque ela não é interessante para eles. O formato do ensino médio precisa atender à esse perfil do aluno", defendeu.

O CNE vai realizar audiências públicas para discutir o novo modelo de ensino médio. O processo deve ser concluído até julho. Depois dessa etapa, o ministério começará as negociações com os estados. Serão firmados acordos de cooperação a partir das mudanças propostas pelas secretarias, com a previsão de apoio técnico e financeiro do governo federal para a implantação dos novos modelos.

Segundo o coordenador do ensino médio, ainda não foi definido o montante dos recursos que o MEC irá repassar aos estados para a reforma do ensino médio.

Fonte: Agência Brasil