sexta-feira, 26 de junho de 2009

Lula e Maggi respondem ao mundo em defesa da Amazônia Agência Sebrae ALTA FLORESTA - Em discursos no lançamento do projeto Mutirão Arco Verde Terra

ALTA FLORESTA - Em discursos no lançamento do projeto Mutirão Arco Verde Terra Legal, em Alta Floresta (MT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Blairo Maggi disseram "mandar recado ao mundo" desenvolvido ao afirmar que o Brasil sabe, sim, cuidar da Amazônia Legal. A prova disso, segundo as autoridades, são os projetos de apoio à agricultura familiar na região, como a política de regularização fundiária e de documentação para que pequenos produtores rurais teham acesso a crédito.



"Não metam o seu nariz em nosso terreno. A Amazônia é nossa. Queremos preservar este terreno porque queremos deixar isto para nossos filhos e netos", disse Lula direcionando sua fala para os países ricos que criticam o Brasil por supostas políticas que não inibiriam o desmatamento. "Por isso lançamos o Programa Terra Legal. Assim, o companheiro que tiver mil e quinhentos hectares, 700 hectares, vai se regularizar com título de propriedade. E quando ele entrar no Banco do Brasil, vai poder levantar empréstimo", prosseguiu, mencionando a iniciativa governamental de colocar na legalidade 296 mil imóveis de posseiros na Amazônia nos próximos três anos.



Em entrevista coletiva à Imprensa, após lançar o Terra Legal, Lula ainda afirmou que a Medida Provisória 458, que dispõe sobre a regularização fundiária, não é incentivo à grilagem da Amazônia, como criticam organizações não-governamentais (ONG). "As ONG não dizem verdade quando falam que a MP incentiva a grilagem", disse o presidente para uma platéia de aproximadamente duas mil pessoas, segundo os organizadores do evento.



O governador Blairo Maggi também respondeu às críticas sobre a presumida falta de cuidado do Estado e do Governo Federal com o ecossistema. "Querem dar palpite, mas nós vamos avaliar se vale a pena ou não. Nós mandamos aqui", reafirmou Blairo sobre a autoridade dos governos federal e estadual.



O governador do Amazonas, Eduardo Braga, disse que "aqueles que destruíram suas florestas para sobreviver começaram a compreender a liderança do presidente Lula".



Feira sustentável



O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que iniciou, por teleconferência, a cerimônia de lançamento do Programa Terra Legal em Alta Floresta (MT), Marabá (PA) e Porto Velho (RO) destacou a Feira de Atividades Sustentáveis como o caminho da produção responsável na Amazônia, em substituição à derrubada da floresta. Foram expostos produtos como açúcar mascavo, café, castanha, melado e guaraná certificados para exportação. Uma atividade geradora de renda e capaz de fixar de famílias rurais em suas terras.



A feira foi organizada pelo Sebrae/MT, pela Prefeitura de Alta Floresta e de outros 19 municípios da região com produção agropecuária incentivada pelo Poder Executivo e pelas cooperativas do norte de Mato Grosso. Amostras dessa produção foram expostas em estandes em um ginásio ao lado do palco das autoridades. Lula, o governador Blairo Maggi e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, visitaram o local. "Eu e o presidente Lula ficamos encantados com a criatividade do povo fazer por tantos produtos úteis, sustentáveis e sem destruir a natureza", comentou Minc depois no discurso.



Carta de crédito



Em mais uma mudança da postura do governo federal para "desburocratizar o acesso à terra" e ofertar financiamentos para pequenos produtores, o presidente Lula assinou, em visita ao ginásio do mutirão de serviços públicos em Alta Floresta, duas cartas de créditos para dois casais da cidade. O primeiro, Pedro Marques Zurano e Sandra Goulart, terão recursos para comprar 24 matrizes de gado de leite. O outro, Laércio e Suely Sacchi, vão poder comprar um trator. Ambos recursos são do governo federal, repassados pelo Banco do Brasil, com juros baixos e prazo longo para pagar dentro do Programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.



O lançamento do programa em teleconferência reuniu Lula, Maggi, Minc, o governador do Amazonas, Eduardo Braga, que estavam em Alta Floresta, com a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, em Marabá, e o governador de Rondônia, Ivo Cassol e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que falaram de Porto Velho.



Além dos detalhes do programa, a interação tecnológica em telões e aparelhos de TV nos palcos dos três locais bloqueou o acesso à comunicação de telefonia e internet entre 8 horas e 13h15. A cerimônia durou uma hora e meia.