sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Único poço com sinais de urânio fica a 10 km da mineração e tem índices 10 vezes inferiores ao limite

Fica localizado a cerca de 10 quilômetros da mineração de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil, em Caetité, o único poço onde as águas apresentam uma maior concentração de urânio, segundo as análises realizadas pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGA). Mesmo assim, a dose do urânio nele detectada – 0,03 milisievert - é 10 vezes inferior ao limite estabelecido para a atividade de mineração pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, que é de 0,3 milisievert.
“Ainda não foi possível avaliar o causador da contaminação em Caetité. Os resultados preliminares não indicam se a contaminação encontrada foi provocada pela atividade de mineração da INB ou se é natural, devido à presença do urânio no solo da região. A radioatividade presente na água pode vir de contaminação natural pela situação geológica do local”, afirma o relatório do INGA.
Em todos os outros poços que, segundo o relatório do Greenpeace estavam com suas águas contaminadas por urânio, as análises do INGA demonstraram não haver nenhuma concentração maior do mineral. Portanto, as águas não representam nenhum risco à saúde da população. Segundo especialistas, é normal que numa região uranífera, o teor do mineral seja mais elevado em alguns pontos que em outras. Segundo o professor Nelson Valverde, especialista em radiação e saúde, que atuou como consultor da Agência Internacional de Energia Atômica, “se, em algum ponto da área de influência da Unidade da INB, a água apresentar uma maior concentração de urânio, isso é um fato natural, já que esse mineral existe na crosta terrestre desde o início dos tempos. A radiação natural é um fato da nossa vida, e as atividades de mineração e beneficiamento de urânio não contribuem em nada para aumentar a taxa de radiação em Caetité, que é natural daquela região”.

fonte:magalnet